Por que precisamos proteger nossas crianças do consumismo e da obesidade?
Para refletir sobre essa e outras questões, acontece em Belo Horizonte, no Auditório do Hospital Infantil São Camilo, no dia 28 de maio de 2013, uma palestra gratuita para pais, profissionais de saúde, educadores e sociedade em geral. O encontro é uma realização do Hospital Infantil São Camilo e do Grupo Consciência e Consumo, do Centro de Ecologia Integral. Inscrições e Informações pelo telefone: 31 3489-6100. (Local da palestra: Auditório do Hospital Infantil São Camilo – Rua Pouso Alegre, 1771 – bairro Horto – Belo Horizonte - MG - Horário: 19h)
Consumismo e obesidade infantil em debate Perdidos em meio ao bombardeio publicitário cotidiano, crianças e jovens pedem brinquedos, roupas, calçados, jogos eletrônicos, salgadinhos e bebidas açucaradas. Mais do que bens materiais e alimentos calóricos, as mensagens que incentivam o consumismo infantil disseminam valores e comportamentos. E não basta desligar a televisão. Os apelos ao consumo estão por toda parte, nas embalagens coloridas, nos anúncios cativantes das revistas, no computador, nas ruas e nas escolas.
Em meio a tantos estímulos, pais, profissionais de saúde e educadores, se perguntam: a exposição ao volume atual de mensagens que incentivam o consumo causa prejuízos para o desenvolvimento físico, social, mental e emocional de crianças e jovens? Como as famílias - que também são alvo da publicidade, se rendem aos apelos do marketing e muitas vezes passam por situações de endividamento ao gastarem mais do que ganham – podem ajudar os filhos no combate ao consumismo? Tendo como base o artigo 37 do Código de Defesa do Consumidor, a publicidade direcionada ao público infantil é abusiva pois se aproveita da deficiência de julgamento da criança?
Proteção da infância
Documentários como o “Muito Além do Peso” e o “Criança, a Alma do Negócio”, campanhas como a “Semana sem Telas”, projetos de lei que buscam dar limites à publicidade dirigida às crianças, debates sobre a associação de alimentos não saudáveis com brinquedos. Esses são apenas alguns dos debates ocorridos nos últimos tempos e que ajudaram a ampliar a discussão sobre o consumismo infantil, suas causas e consequências.
“Não podemos negar que vivemos em uma sociedade de consumo. O consumismo que existe na sociedade e nas próprias famílias incentiva o mesmo comportamento em crianças e jovens. Mas isso não significa que o combate ao consumismo infantil seja uma batalha perdida. Acredito que, pensando na necessidade da proteção da infância e do desenvolvimento integral das crianças, podemos e devemos repensar nossos comportamentos, entendendo a repercussão do ato de consumir para nós mesmos, para a sociedade e para o planeta”, enfatiza Desirée Ruas, coordenadora do grupo Consciência e Consumo. O grupo propõe debates sobre o tema consumo em escolas e organizações diversas, incentivando o resgate da consciência em nossos atos cotidianos assim como uma leitura crítica da mídia e da publicidade.
Obesidade infantil
Uma das principais formas do consumo sem consciência diz respeito aos hábitos alimentares das famílias. Incentivado pelo grande poder de convencimento da publicidade, os brasileiros consomem cada vez mais produtos industrializados, sendo que a maior parte é rica em açúcar, sal e gordura. O fácil acesso a alimentos não saudáveis fez com que a obesidade entre as crianças crescesse muito nas últimas décadas. Dados do IBGE mostram que o sobrepeso dobrou entre as crianças nos últimos 34 anos e 15% da população infantil já é considerada obesa.
A obesidade infantil é um tema associado ao consumismo já que a publicidade - que marca presença nos intervalos dos desenhos animados e conta com a ajuda dos personagens adorados pelas crianças - estimula o consumo de alimentos não saudáveis. Apesar de a criança não ser a responsável pela compra de alimentos nas residências, é grande o peso de suas preferências nas decisões familiares. Por isso é preciso trabalhar a família como um todo para combater o consumismo. Valéria Tassara, psicóloga do grupo de apoio a crianças obesas e seus familiares do Hospital Infantil São Camilo, lembra que é necessário ampliar o foco da criança para o contexto de relações familiares e sociais. O grupo de obesidade atende crianças com idade entre 5 e 12 anos a partir de uma abordagem sistêmica, com o envolvimento dos familiares na questão.
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